terça-feira, julho 26, 2011

Indefinições

Penso muitas vezes em como o tempo passa devagar, mas como nós não nos reconhecemos no nosso espelho... quando acordamos..

Partilhamos os mesmo princípios, valores ou mesmo genes que o nosso reflexo e ao mesmo tempo somos tão diferentes, que receamos olhar para o vulto que nos olha de soslaio..

Apercebi-me do quanto ingénuo posso ainda ser, o quanto honesto continuo a ser e ao mesmo tempo, o quanto de mim guarda de um passado cada vez mais longínquo, e que transporto para um presente que a mim já não me é desconhecido...

Dou-me por mim pé ante pé a apreciar o passar dos dias com uma naturalidade estonteante, que muitas vezes me torna inerte, ausente e despercebido do que me rodeia..como se fosse apenas uma pequena folha de outono a ser levada pelo vento..embarcando numa viagem que por mais que queira ter leme, me desafia com brisas e espirais que teimam em não me dar um norte...

Outro dia passa e apercebo-me do quanto é importante sermos valorizados e apreciados pelo que somos, pelo que damos aos outros e por aquelas pequenas decisões ou palavras que dão um sentido único, do canto mais profundo da nossa alma, na direção certa que outros percorrem..uma ajuda que por mais invisível que seja, é a fonte da nossa eterna singularidade e também da nossa humanidade.

Outras vezes basta um sorriso, um ouvinte, um desenho singelo, uma melodia subliminar...
Basta uma qualquer ferramenta para que seja despoletada o sentido das nossas vidas..
Para que nasça um novo rumo, que por mais temporário que seja, fará sempre parte do nosso futuro..

Algo para que a nossa existência ganhe uma dimensão sobre-humana, para que sejamos apenas um pouco mais...que uma..

Indefinição